segunda-feira, 20 de maio de 2013
VERSOS TRANÇADOS NOS CABELOS DO TEMPO
Percorrer os campos da existência em suas tantas possibilidades
Entregar-se à dinâmica de atividades experimentais
Próprias do movimento em sinergia da vida em mutação
Como quem descobre um arco-íris de realidades paralelas
Entrar no fluxo de criações transversais à heterogeneidade do dia
Singularejar o tempo com os impulsos desinibidos do afeto
Plantar no coração do sol nascente o olhar pleno de poesia
E encontrar no sorriso ao lado uma gota do néctar dos deuses
Parte de tudo que somos escorre da fonte dos desejos enlaçados
Outra é a canção dos pássaros engaiolados
Queimo a lenha com os dedos de fogo do amor
E entrego assadas as vigorosas castanhas do poema
O destino mais livre brilha na mata junto ao rio do devir
E antes mesmo que o corpo escreva seus passos no caminho
A noite chega ao auge do mistério estrelado do cosmos
Sem saber como dizer a intuição que vai além de si
Ivan Maia
domingo, 11 de março de 2012
sábado, 5 de novembro de 2011
Poema para a Praia dos Livros - O sebo mais charmoso de Salvador
ELEVAÇÃO
É possível subir na vida
Degrau por degrau
Sem chegar às alturas
Aonde os livros podem levar
Mas quem assim se eleva
Talvez não saiba dos sabores
Que uma boa leitura produz
Quando se chega ao cume
Desse prazer antropofágico
A leitura eleva o livro
À sua segunda potência:
A do leitor.
Ivan Maia
É possível subir na vida
Degrau por degrau
Sem chegar às alturas
Aonde os livros podem levar
Mas quem assim se eleva
Talvez não saiba dos sabores
Que uma boa leitura produz
Quando se chega ao cume
Desse prazer antropofágico
A leitura eleva o livro
À sua segunda potência:
A do leitor.
Ivan Maia
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
COMBUSTÓXICO
(a todos os gaiatos de nosso planetemplo Gaia)
Saem de dentro, bem dentro da terra
extraídos pelo aço do braço viril
que arranca suga e esgota
seu uso e abuso de forças
Cadáveres da pré-história histérica
da vidanimal e outros vegetantes entes
decompostos ao seu dispor
Para que se possa navegar
pela desnecessidade
de tudo que se deixa para trás
com a poeira e os buracos da estrada
faminta de meninos pedintes
Veículos transitivos do verbo que se faz carne
elevando a matéria do fundo do poço
da condição inorgânica
ao céu da mais pesada e escura nuvem de fumaça
Só mesmo no interior isolado da nave
vagueamos vagalumes imunes ao efeito defeituoso
Do nosso consumo de energias não renováveis
Saem de dentro, bem dentro da terra
extraídos pelo aço do braço viril
que arranca suga e esgota
seu uso e abuso de forças
Cadáveres da pré-história histérica
da vidanimal e outros vegetantes entes
decompostos ao seu dispor
Para que se possa navegar
pela desnecessidade
de tudo que se deixa para trás
com a poeira e os buracos da estrada
faminta de meninos pedintes
Veículos transitivos do verbo que se faz carne
elevando a matéria do fundo do poço
da condição inorgânica
ao céu da mais pesada e escura nuvem de fumaça
Só mesmo no interior isolado da nave
vagueamos vagalumes imunes ao efeito defeituoso
Do nosso consumo de energias não renováveis
sábado, 20 de março de 2010
sábado, 10 de outubro de 2009
Dura lida
Se a gente trabalha o quanto pode
mas não pode fazer o quanto quer
É que o quanto isso é
não se adivinha
só se sabe depois como se diz
E assim é melhor seguir amando
o que a vida se torna por si mesma
Vou cantando o que quero com firmeza
Pra ser livre no espírito e na dança
é preciso a certeza de um errante
que só sabe do rumo a natureza
do que sente e conhece no caminho
como quem colhe a flor de sua leveza.
mas não pode fazer o quanto quer
É que o quanto isso é
não se adivinha
só se sabe depois como se diz
E assim é melhor seguir amando
o que a vida se torna por si mesma
Vou cantando o que quero com firmeza
Pra ser livre no espírito e na dança
é preciso a certeza de um errante
que só sabe do rumo a natureza
do que sente e conhece no caminho
como quem colhe a flor de sua leveza.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
1ª Parte do poema em homenagem a Drummond
NOSSO TEMPO (PÓS-DRUMMOND)
I
Esse é tempo de gente partida
De estranha gente entre mercadorias
Dolorida gente entre fomes dispersas
Mesmo que a semente cresça
Entre encantos tardios
Conversar de novo a velha divisão:
Sou eu mesmo que escrevo?
Ou somos todos com uma mesma mão?
Como dizer o encontro que nos acontece,
Se o gesto espera uma integração?
I
Esse é tempo de gente partida
De estranha gente entre mercadorias
Dolorida gente entre fomes dispersas
Mesmo que a semente cresça
Entre encantos tardios
Conversar de novo a velha divisão:
Sou eu mesmo que escrevo?
Ou somos todos com uma mesma mão?
Como dizer o encontro que nos acontece,
Se o gesto espera uma integração?
sábado, 15 de agosto de 2009
TRANSPOSIÇÃO DO LEITO DO TEMPO
A curva gestual descrita e o raio poético reluzente que o ligava à fonte abundante da potência circular do movimento, aberto ao vir a ser do toque preciso, dado com dois dedos de prosa, foi o bastante para excitar...tudo que sabia tinha sabor evanescente... e agora seria melhor soltar o desejo pelo corpo todo.
O homem não esperava que a natureza o conduzisse àquela condição de criador e surpreendeu-se com tempo e espaço abertos aos impulsos mais livres da vontade.
Por pouco não fez do momento uma transposição de tempo e, se desviara o rumo dos acontecimentos até ali, era para que todos os presentes ficassem à vontade.
Assim o verso, imerso no imenso, pairou acima da circunstância e quis apenas sorrir das chances que o acaso lhe dava. Aproveitá-las seria muito servil, e essa servidão voluntária tornou-se caótica. Tanto mais quanto tudo conspirava a favor da grande tentação: o prazer mais natural de poder fazer da vida uma arte de encontros.
O homem não esperava que a natureza o conduzisse àquela condição de criador e surpreendeu-se com tempo e espaço abertos aos impulsos mais livres da vontade.
Por pouco não fez do momento uma transposição de tempo e, se desviara o rumo dos acontecimentos até ali, era para que todos os presentes ficassem à vontade.
Assim o verso, imerso no imenso, pairou acima da circunstância e quis apenas sorrir das chances que o acaso lhe dava. Aproveitá-las seria muito servil, e essa servidão voluntária tornou-se caótica. Tanto mais quanto tudo conspirava a favor da grande tentação: o prazer mais natural de poder fazer da vida uma arte de encontros.
sábado, 18 de abril de 2009
Novo livreto: AZULÍRICO
AZULÍRICO - O MAIS NOVO LIVRETO DE IVAN MAIA
AZULÍRICO é o nome do livreto que Ivan Maia está lançando na livraria sebo Praia dos Livros, no Porto da Barra, em Salvador e que traz a produção poética no estilo de poemas curtos do poeta pernambucano radicado na Bahia desde 2004.
Ivan Maia de Mello é poeta, ator e Mestre em Filosofia pela UERJ, onde defendeu a dissertação A autocriação de Zaratustra , professor de Filosofia na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, na Faculdade Metropolitana de Camaçari, no Colégio Anchieta e doutorando em Educação na UFBA. Em 1992 criou o Espaço de Cultura Libertária, em Recife, onde coordenou intensa programação cultural que incluía o evento semanal Sopa Caraíba de recital poético performático assim como o evento itinerante Poesia na Praça, aos Domingos nas praças da cidade, o qual foi adotado em 2000 pela Prefeitura da Cidade do Recife. Foi editor do zine poético Folha ao Vento (1992), da coletânea de poemas Palavra Nômade (1993) e publicou o primeiro livreto de poemas em 1993 - A Semente Precoce , o segundo em 2000 - Vibrasons dos Sonhos . Teve poemas publicados na coletânea Marginal Recife v. 4 (2004) e em vários jornais literários, entre eles o Proesicanteatroz (PE), o Balaio de Gatos (PE), os Escrachados (RJ) e SOPA (BA). Teve seus poemas encenados pelo grupo de teatro do SESC-Santo amaro (PE) e em programa da TVE - Documento Nordeste, além de participar do vídeo Os Antropófagos (TVU-PE) e de programas do canal Futura, Assinando a Língua, interpretando seus poemas, do canal Saúde da Fiocruz, do programa Opinião Pernambuco (TVU-PE), assim como do evento CEP 20.000 (RJ), além de programa especial (em 2006) da TV do Poder Legislativo de Salvador sobre sua poesia, chamado Câmara in verso. Em 2007, teve 9 poemas publicados em coletânea organizada pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Desde 2000, pratica Contato Improvisação, estilo de dança contemporânea, realizando performances poético-dançantes.
terça-feira, 7 de abril de 2009
Participação na Bienal do Livro de Salvador
Convido os amigos para visitarem a Praça da Poesia e do Cordel na Bienal do Livro de Salvador, espaço que será coordenado pelo poeta José Inácio Vieira de Mello, e de cuja programação estarei participando (apresentando meus poemas) como um dos três convidados do primeiro dia do evento, 17 de abril de 2009, apartir de 20hs.
Aquele abraço, Ivan Maia.
Aquele abraço, Ivan Maia.
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