quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Vidançar

VIDANÇAR

Oferecer-se terra
à semente que se lança
em gestos e palavras no ar
e respirar
a vida que se cria agora

Sentir nascer
um corpo que se faz
enquanto é
poesia em movimento
no centro
de tudo que nos faz
amar e cantar
a beleza de ser
o que não se poderia escolher
a não ser encontrando
a oportunidade de oferecer
sua magia...

Dançar a vida
deixar-se conduzir nos passos
pelo ato criador
de cada momento
que se abre como flor
à luz do Sol
e brilha suas cores e aromas
em sereno êxtase...

Ivan Maia

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Primavera

PRIMAVERAZ

Todos verão
Que a primavera
Na Vera
São muitas cores
Florescendo por dentro
Do pensamento
São muitas sementes
Germinando nos entes

A graça de tudo
Que não se diz
Quando se ri de tudo

Todo o lirismo plantado
Na mata de teu coração verdejante
Onde sopra o vento criança
Que dança, e brinca
De ser pássaro no olhar
A voar e pousar
No meu
Encontro que abraça
O azul e seu sol
O canto do dia
O encanto da noite
O tom desse tempo forte
De poder se tornar
A verdade que se é

Ivan Maia

domingo, 16 de setembro de 2007

Os Sertões do Oficina

Na semana da independência, o Teatro Oficina chegou à Bahia, terra do enredo da peça encenada, Os Sertões, que é adaptação livre da obra do Euclides da Cunha. O "furacão" Oficina trouxe seu grandioso elenco, cenário e figurinos para instalá-los no Museu do Ritmo, antigo Mercado do Ouro, na Cidade Baixa, espaço suficientemente grande para o acontecimento desencadeador de uma revolução molecular na subjetividade do baianimado público soteropolitano.
O corajoso público expôs-se à interação maravilhosamente envolvente e desafiadora que os atores do Oficina propõem. Sabiam, pois eram previamente avisados pelos boatos, de que poderiam ser "devorados" pelo grupo de criatores antropófagos dispostos a não compactuar com os pudores castos e hipócritas da moral burguesa.
A interação provocativa do "Te-ato" presente na encenação colocava a platéia em situações de luta, sexo, nudez, festa entre outras. Além disso, o público passava de 5 a 7 horas, com um pequeno intervalo de minutos, assistindo e correndo todos os riscos.
Que outro grupo de teatro no Brasil promove um tal processo de singularização na produção de subjetividade dos participantes de seus rituais dionisíacos de celebração antropofágica?
Parabéns a Zé Celso e a todo o grupo do Teatro Oficina pela grande realização teatrágica de Os Sertões, a grande maratona primaveril de celebração da vida plena em sua potência orgiástica!

domingo, 2 de setembro de 2007