domingo, 16 de setembro de 2007

Os Sertões do Oficina

Na semana da independência, o Teatro Oficina chegou à Bahia, terra do enredo da peça encenada, Os Sertões, que é adaptação livre da obra do Euclides da Cunha. O "furacão" Oficina trouxe seu grandioso elenco, cenário e figurinos para instalá-los no Museu do Ritmo, antigo Mercado do Ouro, na Cidade Baixa, espaço suficientemente grande para o acontecimento desencadeador de uma revolução molecular na subjetividade do baianimado público soteropolitano.
O corajoso público expôs-se à interação maravilhosamente envolvente e desafiadora que os atores do Oficina propõem. Sabiam, pois eram previamente avisados pelos boatos, de que poderiam ser "devorados" pelo grupo de criatores antropófagos dispostos a não compactuar com os pudores castos e hipócritas da moral burguesa.
A interação provocativa do "Te-ato" presente na encenação colocava a platéia em situações de luta, sexo, nudez, festa entre outras. Além disso, o público passava de 5 a 7 horas, com um pequeno intervalo de minutos, assistindo e correndo todos os riscos.
Que outro grupo de teatro no Brasil promove um tal processo de singularização na produção de subjetividade dos participantes de seus rituais dionisíacos de celebração antropofágica?
Parabéns a Zé Celso e a todo o grupo do Teatro Oficina pela grande realização teatrágica de Os Sertões, a grande maratona primaveril de celebração da vida plena em sua potência orgiástica!

Um comentário:

Anônimo disse...

Martelandança, Vidançar me fazem lembrar que a origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem. Os laços entre poesia, dança e outras linguagens ainda não tinham sido desfeitos e tudo consistia em experiências integrais. Ivan Maia transcende as coisas e as transforma em poesia.
Guilherme Oliveira