sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Poema em memória do poeta França, morto dia 16/10/2007

DEVORANDO FRANÇA

Poeta de um mundo por ser desentranhado
De sua poética ardente de vida acesa...

Como responderei teus desafios instigantes
Lançados pela vontade de ver o brilho da poesia
Ao redor de nós todos presentes e atentos?

Quem, senão eu mesmo, em luto pelo parceiro
De nossos encontros teatrágicos
Poderia agora responder perguntas lançadas ao além?

Indagações se multiplicam pelas vozes
de tantos poetas que contigo foram errantes
pelas estradas aventureiras da linguagem.

No entanto, uma só certeza nos basta
(ainda que não seja absoluta...):
Tua poesia continuará errante, de boca em boca
E de beijo em beijo, de mão em mão,
A espalhar a força, o pulso, a coragem
De teus transversos e olindelírios...!

Resta muito de tua vida em nós, rasta!
E agora voltas pra Angola-Mãe da ginga
E nós voltamos ao silêncio de um corpoema
Que encontra sua finitude originária:
A que convida a morte para brindar à vida!

A força de teus versos ressoa em mim
E os meus são fortes para brindar também:
À grande vitalidade da Sociedade dos Poetas Vivos ou Mortos!
Ivan Maia

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